4 de nov. de 2011

O espelho - Guimarães Rosa


-Se quer seguir-me, narro-lhe; não uma aventura, mas experiência, a que me induziram, alternadamente, séries de raciocínios e intuições. Tomou-me tempo, desânimos, esforços. Dela me prezo, sem vangloriar-me. Surpreendo-me, porém, um tanto à-parte de todos, penetrando conhecimento que os outros ainda Ignoram. O senhor, por exemplo, que sabe e estuda, suponho nem tenha idéia do que seja na verdade – um espelho? Demais, decerto, das noções de física, com que se familiarizou, as leis da óptica. Reporto-me ao transcendente. Tudo, aliás, é a ponta de um mistério. Inclusive, os fatos. Ou a tusência deles. Duvida? Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo.
Fixemo-nos no concreto. O espelho, são muitos, captando-lhe as feições; todos refletem-lhe o rosto, e o senhor crê-se com aspecto próprio e praticamente imudado, do qual lhe dão imagem fiel. Mas – que espelho? Há-os “bons” e “maus”, os que favorecem e os que de-traem; e os que são apenas honestos, pois não. E onde situar o nível e ponto dessa honestidade ou fidedignidade? Como é que o senhor, eu, os restantes próximos, Somos, no visível? O senhor dirá: as fotografias o comprovam. Respondo: que, além de prevalecerem para as lentes das máquinas objeções análogas, seus resultados apóiam antes que desmentem a minha tese, tanto revelam superporem-se aos dados iconográficos os índices do misterioso. Ainda que tirados de imediato um após outro, os retratos sempre serão entre si muito diferentes. Se nunca atentou nisso, é porque vivemos, de modo Incorrigível, distraídos das coisas mais importantes. E as máscaras, moldadas nos rostos? Valem, grosso modo, para o falquejo das formas, não para o explodir da expressão, o dinamismo fisionômico. Não se esqueça, é de fenômenos sutis que estamos tratando.
Resta-lhe argumento: qualquer pessoa pode, a um tempo, ver o rosto de outra e sua reflexão no espelho. Sem sofisma, refuto-o. O experimento, por sinal ainda não realizado com rigor, careceria de valor científico, em vista das irredutíveis deformações, de ordem psicológica. Tente, aliás, fazê-lo, e terá notáveis surpresas.Além de que a simultaneidade torna-se impossível, no fluir de valores instantâneos. Ah, o tempo é o mágico de todas as traições… E os próprios olhos, de cada um de nós, padecem viciação de origem, defeitos com que cresceram e a que se afizeram, mais e mais. Por começo, a criancinha vê os objetos invertidos, daí seu desajeitado tatear; só a pouco e pouco é que consegue retificar, sobre a postura dos volumes externos, uma precária visão. Subsistem, porém, outras pechas, e mais graves. Os olhos, por enquanto, são a porta do engano; duvide deles, dos seus, não de mim. Ah, meu amigo, a espécie humana peleja para impor ao latejante mundo um pouco de rotina e lógica, mas algo ou alguém de tudo faz frincha para rir-se da gente… E então?
Note que meus reparos limitam-se ao capítulo dos espelhos planos, de uso comum. E os demais – côncavos, convexos, parabólicos – além da possibilidade de outros, não descobertos, apenas, ainda? Um espelho, por exemplo, tetra ou quadridimensional? Parece-me não absurda, a hipótese. Matemáticos especializados, depois de mental adestramento, vieram a construir objetos a quatro dimensões, para isso utilizando pequenos cubos, de várias cores, como esses com que os meninos brincam. Duvida?
Vejo que começa a descontar um pouco de sua inicial desconfiança, quanto ao meu são juízo. Fiquemos, porém, no terra-a-terra. Rimo-nos, nas barracas de diversões, daqueles caricatos espelhos, que nos reduzem a monstrengos, esticados ou globosos. Mas, se só usamos os planos – e nas curvas de um bule tem-se sofrível espelho convexo, e numa colher brunida um côncavo razoável – deve-se a que primeiro a humanidade mirou-se nas superfícies de água quieta, lagoas, lameiros, fontes, delas aprendendo a fazer tais utensílios de metal ou cristal. Tirésias, contudo, já havia predito ao belo Narciso que ele viveria apenas enquanto a si mesmo não se visse… Sim, são para se ter medo, os espelhos.
Temi-os, desde menino, por instintiva suspeita. Também os animais negam-se a encará-los, salvo as críveis excepções. Sou do interior, o senhor também; na nossa terra, diz-se que nunca se deve olhar em espelho às horas mortas da noite, estando-se sozinho. Porque, neles, às vezes, em lugar de nossa imagem, assombra-nos alguma outra e medonha visão. Sou, porém, positivo, um racional, piso o chão a pés e patas. Satisfazer-me com fantásticas não-explicações? – jamais. Que amedrontadora visão seria então aquela? Quem o Monstro?
Sendo talvez meu medo a revivescência de impressões atávicas? O espelho inspirava receio supersticioso aos primitivos, aqueles povos com a idéia de que o reflexo de uma pessoa fosse a alma. Via de regra, sabe-o o senhor, é a superstição fecundo ponto de partida para a pesquisa. A alma do espelho – anote-a -, esplêndida metáfora. Outros, aliás, identificavam a alma com a sombra do corpo; e não lhe terá escapado a polarização: luz – treva. Não se costumava tapar os espelhos, ou voltá-los contra a parede, quando morria alguém da casa? Se, além de os utilizarem nos manejos da magia, imitativa ou simpática, videntes serviam-se deles, como da bola de cristal, vislumbrando em seu campo esboços de futuros fatos, não será porque, através dos espelhos, parece que o tempo muda de direção e de velocidade? Alongo-me, porém. Contava-lhe…
Foi num lavatório de edifício público, por acaso. Eu era moço, comigo contente, vaidoso. Descuidado, avistei… Explico-lhe: dois espelhos – um de parede, o outro de porta lateral, aberta em ângulo propício – faziam jogo. E o que enxerguei, por Instante, foi uma figura, perfil humano, desagradável ao derradeiro grau, repulsivo senão hediondo. Deu-me náusea, aquele homem, causava-me ódio e susto, eriçamento, espavor. E era – logo descobri.., era eu, mesmo! O senhor acha que eu algum dia ia esquecer essa revelação?
Desde aí, comecei a procurar-me – ao eu por detrás de mim – à tona dos espelhos, em sua lisa, funda lâmina, em seu lume frio. Isso, que se saiba, antes ninguém tentara. Quem se olha em espelho, o faz partindo de preconceito afetivo, de um mais ou menos falaz pressuposto: ninguém se acha na verdade feio: quando muito, em certos momentos, desgostamo-nos por provisoriamente discrepantes de um ideal estético já aceito. Sou claro? O que se se busca, então, é verificar, acertar, trabalhar um modelo subjetivo, preexlstente; enfim, ampliar o ilusório, mediante sucessivas novas capas de ilusão. Eu, porém, era um perquiridor Imparcial, neutro absolutamente. O caçador de meu próprio aspecto formal, movido por curiosidade, quando não impessoal, desinteressada; para não dizer o urgir científico. Levei meses.
Sim, instrutivos. Operava com toda a sorte de astúcias: o rapidíssimo relance, os golpes de esguelha, a longa obliqüidade apurada, as contra-surpresas, a finta de pálpebras, a tocaia com a luz de-repente acesa, os ângulos variados incessantemente. Sobretudo, uma Inembotável paciência. Mirava-me, também, em marcados momentos – de ira, medo, orgulho abatido ou dilatado, extrema alegria ou tristeza. Sobreabriam-se-me enigmas. Se, por exemplo, em estado de ódio, o senhor enfrenta objetivamente a sua imagem, o ódio reflui e recrudesce, em tremendas multiplicações: e o senhor vê, então, que, de fato, só se odeia é a si mesmo. Olhos contra os olhos. Soube-o: os olhos da gente não têm fim. Só eles paravam imutáveis, no centro do segredo. Se é que de mim não zombassem, para lá de uma máscara. Porque, o resto, o rosto, mudava permanentemente. O senhor, como os demais, não vê que seu rosto é apenas um movimento deceptivo, constante. Não vê, porque mal advertido, avezado; diria eu: ainda adormecido, sem desenólver sequer as mais necessárias novas percepções. Não vê, como também não se vêem, no comum, os movimentos translatívo e rotatório deste planeta Terra, sobre que os seus e os meus pés assentam. Se quiser, não me desculpe; mas o senhor me compreende.
Sendo assfm, necessitava eu de transverberar o em-buço, a travisagem daquela máscara, a fito de devassar o núcleo dessa nebulosa – a minha vera forma. Tinha de haver um jeito. Meditei-o. Assistiram-me seguras inspirações.
Concluí que, interpenetrando-se no disfarce do rosto externo diversas componentes, meu problema seria o de submetê-las a um bloqueio “visual” ou anulamento perceptivo, a suspensão de uma por uma, desde as mais rudimentares, grosseiras, ou de inferior significado. Tomei o elemento animal, para começo.
Parecer-se cada um de nós com determinado bicho, relembrar seu facies, é fato. Constato-o, apenas; longe de mim puxar à bimbalha temas de metempsicose ou teorias biogenéticas. De um mestre, aliás, na ciência de Lavater, eu me inteirara no assunto. Que acha? Com caras e cabeças ovinas ou eqüinas, por exemplo, basta-lhe relancear a multidão ou atentar nos conhecidos, para reconhecer que os há, muitos. Meu sósia inferior na escala era, porém – a onça. Confirmei-me disso. E, então, eu teria que, após dissociá-los meticulosamente, aprender a não ver, no espelho, os traços que em mim recordavam o grande felino. Atirei-me a tanto.
Releve-me não detalhar o método ou métodos de que me vali, e que revezavam a mais buscante análise e o estrênuo vigor de abstração. Mesmo as etapas preparatórias dariam para aterrar a quem menos pronto ao árduo. Como todo homem culto, o senhor não desconhece a ioga, e já a terá praticado, quando não seja, em suas mais elementares técnicas. E, os “exercícios espirituais” dos jesuítas, sei de filósofos e pensadores incréus que os cultivam, para aprofundarem-se na capacidade de concentração, de par com a imaginação criadora… Enfim, não lhe oculto haver recorrido a meios um tanto empirícos: gradações de luzes, lâmpadas coloridas, pomadas fosforescentes na obscuridade. Só a uma expediência me recusei, por medíocre senão falseadora, a de empregar outras substâncias no aço e estanhagem dos espelhos. Mas, era principalmente no modus de focar, na visão parcialmente alheada, que eu tinha de agilitar-me: olhar não-vendo. Sem ver o que, em “meu” rosto, não passava de reliquat bestial. Ia-o conseguindo?
Saiba que eu perseguia uma realidade experimental, não uma hipótese imaginária. E digo-lhe que nessa operação fazia reais progressos. Pouco a pouco, no campo-de-vista do espelho, minha figura reproduzia-se-me lacunar, com atenuadas, quase apagadas de todo, aquelas partes excrescentes. Prossegui. Já aí, porém, decidindo-me a tratar simultaneamente as outras componentes, contingentes e ilusivas. Assim, o elemento hereditário – as parecenças com os pais e avós – que são também, nos nossos rostos, um lastro evolutivo residual. Ah, meu amigo, nem no ovo o pinto está intato. E, em seguida, o que se deveria ao contágio das paixões, manifestadas ou latentes, o que ressaltava das desordenadas pressões psicológicas transitórias. E, ainda, o que, em nossas caras, materializa idéias e sugestões de outrem; e os efêmeros interesses, sem seqüência nem antecedência, sem conexões nem fundura. Careceríamos de dias, para explicar-lhe. Prefiro que tome minhas afirmações por seu valor nominal.
A medida que trabalhava com maior mestria, no excluir, abstrair e abstrar, meu esquema perspeticvo clivava-se em forma meândrica, a modos de couve-flor ou bucho de boi, e em mosaicos, e francamente cavernoso, como uma esponja. E escurecia-se. Por aí, não obstante os cuidados com a saúde, comecei a sofrer dores de cabeça. Será que me acovardei, sem menos? Perdoe-me, o senhor, o constrangimento, ao ter de mudar de tom para confidência tão humana, em nota de fraqueza inesperada e indigna. Lembre-se, porém, de Terêncío. Sim, os antigos; acudiu-me que representavam justamente com um espelho, rodeado de uma serpente, a Prudência, como divindade alegórica. De golpe, abandonei a investigação. Deixei, mesmo, por meses, de me olhar em qualquer espelho.
Mas, com o comum correr cotidiano, a gente se aquieta, esquece-se de muito. O tempo, em longo trecho, é sempre tranqüilo. E pode ser, não menos, que encoberta curiosidade me picasse. Um dia… Desculpe-me, não viso a efeitos de ficcionista, infletindo de propósito, em agudo, as situações. Simplesmente lhe digo que me olhei num espelho e não me vi. Não vi nada. Só o campo, liso, às vácuas, aberto como o sol, água- limpíssima, à dispersão da luz, tapadamente tudo. Eu não tinha formas, rosto?  palpei-me, em muito. Mas, o invisto. O ficto. O sem evidência física. Eu era – o transparente contemplador?… Tirei-me. Aturdi-me, a ponto de me deixar cair numa poltrona.
Com que, então, durante aqueles meses de repouso, a faculdade, antes buscada, por si em mim se exercitara! Para sempre? Voltei a querer encarar-me. Nada. E, o que tomadamente me estarreceu: eu não via os meus olhos. No brilhante e polido nada, não se me espelhavam nem eles!
Tanto dito que, partindo para uma figura gradualmente simplificada, despojara-me, ao termo, até a total desfigura. E a terrível conclusão: não haveria em mim uma existência central, pessoal, autônoma? Seria eu um… des-almado? Então, o que se me fingia de um suposto eu, não era mais que, sobre a persistência do animal, um pouco de herança, de soltos instintos, energia passional estranha, um entrecruzar-se de influências, e tudo o mais que na impermanência se indefine? Diziam-me isso os raios luminosos e a face vazia do espelho – com rigorosa infidelidade. E, seria assim, com todos? Seríamos não muito mais que as crianças – o espírito do viver não passando de ímpetos espasmódicos, relampejados entre miragens: a esperança e a memória.
Mas, o senhor estará achando que desvario e desoriento-me, confundindo o físico, o híperfísico e o trans-físico, fora do menor equilíbrio de raciocínio ou alinhamento lógico – na conta agora caio. Estará pensando que, do que eu disse, nada se acerta, nada prova nada. Mesmo que tudo fosse verdade, não seria mais que reles obsessão auto-sugestiva, e o despropósito de pretender que psiquismo ou alma se retratassem em espelho…
Dou-lhe razão. Há, porém, que sou um mau contador, precipitando-me às ilações antes dos fatos, e, pois: pondo os bois atrás do carro e os chifres depois dos bois. Releve-me. E deixe que o final de meu capítulo traga luzes ao até agora aventado, canhestra e antecipadamente.
São sucessos muito de ordem íntima, de caráter assaz esquisito. Narro-os, sob palavra, sob segredo. Pejo-me. Tenho de demais resumi-los.
Pois foi que, mais tarde, anos, ao fim de uma ocasião de sofrimentos grandes, de novo me defrontei -não rosto a rosto. O espelho mostrou-me. Ouça. Por um certo tempo, nada enxerguei. Só então, só depois: o tênue começo de um quanto como uma luz, que se nublava, aos poucos tentando-se em débil cintilação, radiância. Seu mínimo ondear comovia-me, ou já estaria contido em minha emoção? Que luzinha, aquela, que de mim se emitia, para deter-se acolá, refletida, surpresa? Se quiser, infira o senhor mesmo.
São coisas que se não devem entrever; pelo menos, além de um tanto. São outras coisas, conforme pude distinguir, muito mais tarde – por último – num espelho. Por aí, perdoe-me o detalhe, eu já amava – já aprendendo, isto seja, a conformidade e a alegria. E… Sim, vi, a mim mesmo, de novo, meu rosto, um rosto; não este, que o senhor razoavelmente me atribui. Mas o ainda-nem-rosto – quase delineado, apenas – mal emergindo, qual uma flor pelágica, de nascimento abissal … E era não mais que: rostinho de menino, de menos-que-menino, só. Só. Será que o senhor nunca compreenderá?
Devia ou não devia contar-lhe, por motivos de talvez. Do que digo, descubro, deduzo. Será, se? Apalpo o evidente? Tresbusco. Será este nosso desengonço e mundo o plano – interseção de planos – onde se completam de fazer as almas?
Se sim, a “vida” consiste em experiência extrema e séria; sua técnica – ou pelo menos parte – exigindo – o consciente alijamento, o despojamento, de tudo o que obstrui o crescer da alma, o que a atulha e soterra? Depois, o “salto mortale” … – digo-o, do jeito, não porque os acrobatas italianos o aviventaram, mas por precisarem de toque e timbre novos as comuns expressões, amortecidas… E o julgamento-problema, podendo sobrevir com a simples pergunta: – “Você chegou a existir?”
Sim? Mas, então, está irremediavelmente destruída a concepção de vivermos em agradável acaso, sem razão nenhuma, num vale de bobagens? Disse. Se me permite, espero, agora, sua opinião, mesma, do senhor, sobre tanto assunto. Solicito os reparos que se digne dar-me, a mim, servo do senhor, recente amigo, mas companheiro no amor da ciência, de seus transviados acertos e de seus esbarros titubeados. Sim?

6 de out. de 2011

Haicai - Ane Braga


Vento é
Meu pensamento
Até você

Ane Braga

Jamais - Bianca Braga de Carvalho



Só o vejo de longe
Ou de cima da torre
Sem poder jamais
Tocá-lo


Bianca Braga de Carvalho

25 de jul. de 2011

Irmãs de Criação




Saudade e solidão
Coloridas com a mesma tinta
Distintas só pelas sombras
Que uma na outra pinta.

Rosa Pena

11 de jun. de 2011

Prayer for Woodland Travellers



Lasting light upon the track at dusk,
No forest as deep as a single day,
All the wolves have fled;
Before darkness, before winter,
I am safely home.




by Ari Berk.
Art by Alan Lee.

Army of Damned



We are the army of the damned
Men of a far forgotten land
Thousands of years have passed us by
And still you will hear our cry

We left our homes to fight this war
We don't remember what that was for
Still we advance both day and night
Until the time comes to fight

And so they flee from us, our kindred and our kin
They will not stand for us and all that we have been
The blood will flow from us forever and a day
Our oaths are broken by their sins

We gave up all that we could give
So that our children could but live
We march forever to the drum
Of battle that will not come

We hear our lovers cry, though they are dead and gone
We hear our comrades sing that everlasting song
We cannot feel the sun though morning has just come
We are but shadows of the past

Will we find forgiveness, will we?

Have mercy on us Father forgive all these men
Who cannot feel the sun though morning has just come
We are but shadows of the past.

We are the army of the damned
Men of a far forgotten land
What I would give to see her face
And love her once more

Pythia - Army of Damned 








23 de mai. de 2011

Virgin Black - Of Your Beauty




Wearing robes of solemnity
My senses stand erect
This moment I am solitary
As you watch me, eyeless
Observe a brutal face
I need silence, I need to be alone
Look at me
My bony fingers wrapped in rags
I am pursued and love is withered
My eyes will see, if my spirit lives
The wind shouts its commands
The earth has stopped my ears
I dare not raise my hand
To hold the stones around my throat
I have heard of your beauty
And would sacrifice my days
These midnight wanderings
And vain laments
Pour upon me
A sympathetic glance
My splendour has gone
you will find me face down
let those days pass
in sorrowful procession
Among leafless groves
May a leaf unfold
I cry with rage
To be remembered with pity
Let the leaves unfold
Where dead leaves have rotted
Ask me what I suffer
Years of fruitless clinging
to enfeebled arms
That wave of benevolent salute
I have heard of your beauty
Pursue me, beckon me
to cast the stones from my throat
in the earth's dark entrails
My glazed eyes close forever
My my eyes will see
If my spirit lives

Of Your Beauty - Virgin Black

11 de mai. de 2011

Sugestões Utopia 5


Avenged Sevenfold - Almost Easy


Avenged Sevenfold - Afterlife


Seether - Roses


Seether - Don't Believe


Faith no More - Epic


Nirvana - Smells Like Teen Spirit

18 de abr. de 2011

Influência da Mídia

Qual a influência de uma imagem para você?


Isso toca os sentimentos? Faz com que se sinta assustado, melancólico? Sinta pena?
Uma imagem pode valer por mil palavras ou por palavra nenhuma. Pode influenciar uma nação, mas pode não ser páreo para outros tipos de mídia.










Não se iluda!





Todos ficamos chocados com a tragédia do Rio de Janeiro, na semana passada. Não precisamos analisar perfis psicológicos para chegar a alguma conclusão.
Esses fatos lembram muito fatos que ocorrem nos Estados Unidos - o Brasil adora copiá-los.
Novamente, o Brasil está tendando copiar os Estados Unidos - "árabe não é sinônimo de terrorista"!
Procuro analisar friamente a matéria da veja; não é o meu foco, no momento. Mas algo me chocou. Na capa, "A Rede do Terror no Brasil". Agora eu me pergunto: será que com esse título as pessoas não temerão visitantes do Oriente Médio? Será que não crescerá um preconceito com essas atitudes? Será como os judeus na época do nazismo? Haverá carnificina? Isso tudo é utópico?
Mas, afinal, estamos falando do The Quiet Utopia!
Aqui vai a resposta para uma pergunta:

Numa visita a uma escola [cujo nome não será identificado] fez-se um debate com alunos de Colegial para procurar entender o que eles compreendem pela tragédia do Rio de Janeiro. Uma discussão se criou, e a poeira subiu quando um aluno disse que o assassino tinha ligação direta ao Islã. E isso, na opinião de alguns, era o motivo para ele ter ideias suicidas e terroristas.

Essa foi a conclusão da sala. É essa a conclusão do povo brasileiro? 'Que, de acordo com o "passado" dos Estados Unidos da América, prova-se que o terrorismo está ligado a Árabes? É isso o que você, leitor, pensa?

Não aceitem essa teoria; existem pessoas diferentes no mundo inteiro. Não criemos mais uma geração de preconceito e carnificina sem razão lógica - ou pelo simples fato de ser desumano.
Procure sempre se informar.

Sugestões Utopia 4


Sugestões Utopia 4




The Birthday Massacre - In the Dark


Pythia - Army of Damned


ReVamp - Head up High


Altar of Oblivion - Casus Belli


Charon - Colder

12 de abr. de 2011

Do latim tripalium - Elvis Gomes Marques Filho

Cargo não remunerado, vitalício, desprovido de quaisquer prerrogativas legais (FGTS, auxílio doença, licença maternidade, dentre outros); sujeito a elevadíssimo grau de estresse físico e psíquico; necessário desembolso de consideráveis e constantes valores monetários; sumariamente proibido repouso de qualquer natureza; condições de trabalho, em geral, insalubres, com presença constante de coliformes fecais e uréia; não há direito a rescisão contratual. Carga horária: 168 horas/semana, isto é, 24h por dia, 7 dias por semana. Interessados, favor procurar espermatozóide apto a fecundar óvulo. Para exercício de todas as faculdades inerentes ao cargo, deve-se aguardar 9 meses, contados a partir da data de fecundação.
Muitos designam este cargo de “maternidade”. Oficialmente, porém, utilizamos a expressão “escravidão domiciliar”, bem mais condizente com os atributos desta função.
Vale ressaltar que, contrariando a lógica universal, o cativeiro materno é o cargo mais concorrido de nossa empresa. Tão intrigante é este fato que resolvemos elaborar enquetes, questionários e coletar dados estatísticos para apurar tal conduta. O resultado foi estarrecedor: 99% das entrevistadas dizem estar plenamente satisfeitas no exercício de sua função. 80% destas acrescentam ainda que nunca se sentiram tão realizadas no desfrute deste momento único. Afirmam que seus filhos (lê-se senhores de engenho) são tudo em suas vidas. Testes psíquicos posteriores, incrivelmente, comprovaram a sanidade destas afirmações.
Se as cláusulas do contrato permitissem, ofertaríamos honrarias e louvores a estas heroínas (e um tratamento psiquiátrico também). Acreditamos que mereçam mérito digno de sobreviventes de guerra, ou melhor, de devastações nucleares. Lutam, sacrificam-se, choram, gritam, enlouquecem. Tudo em prol dos filhos. E ainda encontram tempo para sorrisos, carinhos, abraços e afetos. Intrigante, não? A dedicação destas funcionárias, de fato, impressiona-nos.

Ps.: Solicitar inclusão de cláusula que isente a empresa da responsabilidade por danos psíquicos, tão comuns no exercício deste labor.

Escrevi este texto em homenagem a minha fã número 1, grande mulher de minha vida, meu amparo, refúgio e proteção: minha mãe. Hoje, mãe, nesta data tão especial, no dia de seu aniversário, quero que saiba que a amo e a admiro com todas minhas forças. Agradeço todos esses anos da mais pura dedicação e paciência. Agradeço, principalmente, por ser minha tão estimada sinhazinha. HAHAHA! Brincadeirinha.


 (Elvis Gomes Marques Filho)

3 de abr. de 2011

Luz Acesa - Walcyr Carrasco

Uma noite dessas, ao sair, um amigo se surpreendeu com a sala toda acesa:
— Você não vai apagar a luz?
Sem jeito, desliguei. Lembrei dos meus tempos de menino. Sempre tive o péssimo hábito de deixar lâmpadas acesas. Mamãe reclamava:
— Olha a conta! Não somos sócios da companhia elétrica!
Luz é energia. Uma energia limitada. Quando se gasta demais aqui, falta ali. Quase todas as pessoas que eu conheço estão preocupadas com a defesa do meio ambiente. Agora, com o risco nuclear no Japão, não faltam discursos contra as usinas atômicas. Boa parte das necessidades energéticas do país depende delas. E aqui no Brasil se vive sob o risco de um apagão generalizado, porque, quanto mais o país se desenvolve, mais recursos energéticos são necessários. Constatei que muitas pessoas que discursam sobre a proteção do meio ambiente na vida prática são tão ausentes quanto eu. Esquecem de apagar a luz. E a água? Na academia vejo alunos que deixam o chuveiro ligado. São pessoas de bom nível, alta escolaridade. Mas não sabem fechar uma torneira! Desperdiça-se água no banho, ao escovar os dentes.
Tenho horror da poluição. Mas sou incapaz de deixar o carro em casa. Mesmo para pequenas distâncias. Outro dia me surpreendi com um conhecido: sai de Interlagos e pedala a bicicleta pela ciclovia. Só no final da pista pega o trem para o trabalho.
— Se a ciclovia fosse mais longa, nem trem eu pegaria mais — afirmou.
Senti admiração. Eu poderia caminhar até a academia. Seria um bom exercício.
— São Paulo tem pouco verde! — comentou uma amiga.
— Por que o seu quintal é cimentado?
Ofendida, ela retrucou que falava da falta de parques, de ruas arborizadas.
— O poder público tem de se preocupar!
— Mesmo um pedacinho de chão pode virar jardim — argumentei.
Há bairros áridos, sem verde algum. A Granja Viana é um bairro com muitos jardins, árvores e até reservas florestais. Até lá ganhei um vizinho de frente que reclama das minhas árvores. O motivo? As folhas que, levadas pelo vento, caem em seu quintal!
— Que absurdo! — disse para um amigo.
— Paulistano é assim mesmo, gosta de cimentar tudo!
Atualmente estou reformando minha futura residência. O arquiteto veio falar comigo.
— Que tipo de aquecimento? E as cortinas, por controle remoto?
Escolhi o solar, do tipo mais radical, que não usa energia elétrica jamais. Mostrei minhas mãos:
— É com elas que vou abrir as cortinas!
O arquiteto se espantou. Hoje em dia se colocam motores e controles em tudo! No meu atual endereço, quase enlouqueço quando vários maquinários resolvem ficar defeituosos ao mesmo tempo!
Radicalizei:
— Quero o mínimo de automação possível. Só para economizar energia!
Choquei meus amigos ao contar minhas decisões. Um deles lembrou:
— Mas é para seu conforto!
Justamente. Em nome dos pequenos confortos, costuma-se abdicar do de todos. As pessoas se acomodam. E fogem da sua responsabilidade, mesmo mínima, na preservação do meio ambiente.
Minha casa será à antiga. Mas não correrei o risco de ficar com as cortinhas emperradas porque o motorzinho quebrou. Ou de gastar água demais lavando o quintal, porque nele terei um jardim!
Um amigo esportista me deu a boa notícia:
— Assim é melhor para sua saúde! Quanto mais controles remotos a gente usa, menos se movimenta. E ganha uns quilinhos.
Sinto que começo a entender meu lugar no mundo. Não posso resolver todos os problemas da Terra. Mas sim viver de forma positiva. E com uma vantagem extra: vou emagrecer um pouco mais.


30 de mar. de 2011

jpn


                                                                  NATHYART

BBC- BR

Matéria retirada do site noticias.msn.com/mulheres


Mulheres se queixam que homens passam cada vez mais dos limites
Grupos de mulheres estão se organizando para combater atos de assédio sexual sofridos nas ruas - de assobios e cantadas a insinuações e ações físicas inapropriadas.
Uma das iniciativas partiu da britânica Vicky Simister, que fundou o Anti-Street Harassment UK ('Grã-Bretanha contra o assédio nas ruas') depois de ter sido perseguida nas ruas de Londres por um grupo de homens que se insinuou sexualmente para ela.
O grupo internacional Hollaback! (http://ldn.ihollaback.org/) está estimulando as vítimas das cantadas indesejadas em todo o mundo a relatar suas histórias online e identificar os locais onde elas ocorreram. Algumas até postam fotos dos homens 'inconvenientes'.
'As mulheres são aconselhadas a ignorar (as insinuações), e não costumamos falar a respeito. Em consequência, esses homens continuam a fazer isso e a cada vez mais passar dos limites', disse Simister à repórter Brigitt Hauck, da BBC News.
As ativistas alegam que é difícil distinguir quais homens se limitarão aos assobios dos que de fato podem ir além das cantadas e evoluir para a violência sexual. E que, ao mesmo tempo em que muito foi feito para coibir o assédio sexual no ambiente de trabalho, há poucas formas de proteger as mulheres nas ruas.
'Isso deriva de uma cultura de gênero baseada na violência', alega Emily May, a fundadora do Hollaback!. 'Para mudá-la, é preciso que as pessoas reajam e digam que o assédio nas ruas não é legal, porque a maioria das pessoas não quer que ele ocorra.'
Comportamento
Para a socióloga Kathrin Zippel, professora associada da Universidade Northeastern (EUA) e pesquisadora do tema, as cantadas nas ruas são vistas, em geral, como um comportamento natural dos homens.
Estes, por sua vez, usam as cantadas para atestar sua masculinidade e se 'provar' perante seus amigos. 'Muitas vezes isso não diz respeito às mulheres, e sim a uma dinâmica entre homens', ela afirma.
Alguns países promoveram iniciativas para tentar combater as insinuações inconvenientes. Nos EUA, alguns campi universitários foram equipados com mais postes de iluminação e telefones de emergência, para as mulheres que caminham durante a noite.
Índia e Japão destacaram vagões de metrô para serem ocupados apenas por mulheres. Mas críticos dizem que a medida tem efeitos temporários e insuficientes.
'Acho que essa segregação pública é problemática', diz Zippel. 'No curto prazo, pode ser uma boa solução, mas as mulheres que acabarem entrando nos vagões mistos - onde haverá menos delas - acabarão sofrendo ainda mais assédio.'
Holly Kearl, fundadora do site Stopstreetharassment.com ('Chega de assédio nas ruas'), sugere que organizações obtenham dados sobre as ocorrências para, então, pensar como agir. Ela pede a adesão dos homens que também se opõem às cantadas nas ruas.
'Precisamos da adesão dos homens. Na nossa sociedade é muito fácil que as mulheres sejam vistas como objetos, então é importante que eles se lembrem de que cada mulher assediada é mãe, irmã ou filha de algum deles, é alguém que merece respeito', diz Kearl.


BBC Brasil
Retirado de: Mulheres se organizam para combater cantadas de rua

20 de mar. de 2011

Penumbra (poema)




Penumbra


Transpiro saudade pelos ossos

A face pálida, por vez rubra

Denuncia a penumbra

E o sofrimento nos meus olhos


Por que não cala-te

E adormece nesse peito?

Ó! Espectru de luz...

Carrasco do meu silêncio


Leva! Afasta de mim

Os vestígios dessa lembrança

De quem chora pela ausência

E teme pela distância


Porque minha alma

Não surporta tanta angústia

Porque meu lamento

Aos teus ouvidos é música


E aqui neste claustro

Prisioneiro de mim mesmo

Me desfaço com o medo

Enlouqueço... Adormeço...


Por que tu és fogo que não arde

És paisagem fria e morta

És saudade que me invade

Destrói... Devora...


Não lembro quantos sorrisos

Cabiam em meu rosto

Tanto ardor! E quanto desejo!

Mas tu levaste todos...


Se Deus soubesse

Da minha existência

Não iria permitir

Tuas ofensas...


Por que me torturas

E não me condena?

Por que não me abandona

E me deixa morrer de tristeza?


Meu corpo é meu templo

É o resto em ruínas

É esquife do espírito

Que renuncia à vida...


Tu és a voz profana

Que ecoa em meus ouvidos

É a noite, é meu drama

Meu ritual de suicídio


Transpiro saudade pelos ossos

A face pálida, por vez rubra

Denuncia a penumbra

E o sofrimento em meus olhos...


 Rodrigo Q.





9 de mar. de 2011

Ira Lasciva





                            Ira Lasciva




Eu sou o semblante triste


O sorriso curto e ainda tímido


Por trás dos olhos de esfinge


Se esconde um vulto, ou espírito




Dentro de minha alma


Existe uma necrópole


De vampiros suicidas


Mortos de overdose




Fragmentos de poesia,


Anjos loucos num calabouço


Acusados de eresia


E torturados pelo fogo




São vagas todas as lembranças


Da insânia ingênua e lua fria


Fui traído pela falsa santa,


Na neve branca da melancolia




Assim ao amor dos mortais


Prefiro a solidão dos Anjos


E minha condição fugaz


De simples ser humano




Sou uma tela, sou um quadro surreal


Pintado à óleo e sangue


Sou guerreiro guardião do Santo Graal


Na cláusura de Notre Dame

6 de mar. de 2011

The Quiet Utopia: Greenpeace em Brasília

The Quiet Utopia: Greenpeace em Brasília: "Greenpeace protesta em Brasília para que a Lei de Renováveis, parada no Congresso desde 2009, seja votada com a urgência que merece (G..."

Greenpeace em Brasília






Greenpeace protesta em Brasília para que a Lei de Renováveis, parada no Congresso desde 2009, seja votada com a urgência que merece (Greenpeace.Org)



Os guardas impedem o protesto, uma prova de que A LIBERDADE DE EXPRESSÃO BRASILEIRA NÃO PASSA DE UM SLOGAN.

25 de fev. de 2011



Prometido



Esperei como louca por meu Amado...
E ele veio...
Veio como quem já esperava-me!!!.
Veio como encomenda... Como promessa...
Veio com toda veemência de amor
Com tanta certeza, com tanta plenitude
Com tanta beleza sabedoria e graciosidade
Veio como se tivesse vivido até aquele
Momento à procura de sua Amada!
E quando nossos se olharam
Um click deu-se...
Nossos olhos brilharam intensamente...
Uma louca vontade de ficar horas afinco a contemplar-se
Um no outro...
Sorrir por coisas tolas...
Deleitar-se pelo sotaque do outro como se melodia fosse...
Descobrir nas diferenças aparentes as semelhanças
Mais recônditas
A cada palavra o reconhecimento de si no outro
Uma paz inebria e contagia-nos
E uma angústia insiste em lembrar-nos que
Vivemos à mercê da distância e do tempo...
Ah, Prometido meu, por quê? Por quê?
Quando o conheci já o havia perdido...
Uma promessa que não se concretizou
Uma encomenda que o tempo e o destino extraviaram
Ah, que saudades do meu Prometido!
De seu olhar, de seu sorriso, de sua voz e sotaque doces...
Da paz e harmonia que contagiaram-me!
Uma promessa concebida, porém ignorada...
Destinos desencontrados...
Uma angústia e uma saudade que apertam-me a alma...
Uma imensa dor pela perda do meu Prometido!!!

Marinalva Marques
 



Ninfa

A atração tem visões que qualquer olho desconhece...
Eu te devoro e faço desse corpo... uma orquestra de desejos
Eu sei completar uma mulher como tu, sabias?
Linda como tu...
Tu és e sempre serás o meu vício...
Pois tu és uma ninfa...
Cheia de delírios, de desejos...
Sim, porque tu queres, contudo,
Temes como eu também temo...
Mas continua como uma ninfa fogosa,
A qual, um dia vou cuidar...
De cada centímetro,
Cada pedacinho,
Cada curva,
Cada fio de cabelo
E pelo teus
Então, vamos ver...
Com certeza virarei
Teus desejos...
Com amor e prazer...
Que excitam-me, minha ninfa do prazer!!!

Marinalva Marques